Economia Circular

Um dos conceitos e políticas da Lusorecursos é a Economia Circular, no qual dispõe de parceiros que desempenham medidas de desenvolvimento sustentável, modernas e inovadoras nos processos e produtos, de modo a tornar a empresa mais eficiente e competitiva no setor de atuação. A Economia Circular no caso da Mina do Romano é uma abordagem desde à extração de matérias-primas e da produção de hidróxido de lítio, até reutilização, recuperação e reciclagem dos recursos, apostando ainda no incentivo à redução do consumo.

Esta mudança de paradigma irá contribuir para uma dinâmica mais equilibrada e criativa entre a sociedade, consumidores e recursos naturais, dissociando o crescimento económico do consumo de recursos não renováveis. A transição para a Economia Circular implica uma total remodelação da cadeia de produção, da conceção até ao final do ciclo de vida de um determinado produto.

Água

Água

Relativamente ao ciclo da água foi elaborado um estudo conceptual hidrológico e hidrogeológico na área de implantação da mina do Romano, em Montalegre. Este estudo foi realizado com uma série hidrológica de 21 anos de dados fidedignos. O sistema aquífero existente é de tipo essencialmente livre, nomeadamente ao nível dos primeiros 100 m de profundidade, sendo previsivelmente do mesmo tipo ou eventualmente de tipo misto livre/semi-cativo para as profundidades superiores.

O abastecimento e aproveitamento do ciclo da água para todas as atividades da concessão, fundamentalmente será a reciclagem de toda a água do complexo industrial, seja esgotos domésticos ou águas dos processos e ainda a água proveniente da utilização em mina.

Desta forma, prevê-se a instalação de reservatórios de água para os diversos propósitos, de forma a poderem receber de múltiplas origens, abrindo as possibilidades de conexão hídrica para a totalidade do horizonte de projeto. As águas dos diversos processos serão devidamente tratadas nas respetivas ETAR’s e posteriormente reencaminhadas de forma recircular aos diversos processos.

Relativamente ao abastecimento e aproveitamento de água para todas as atividades da concessão, a estratégia da Lusorecursos é a seguinte:

• Aproveitamento de todos os recursos hídricos primários existentes no interior do complexo, sejam águas subterrâneas, águas superficiais ou águas pluviais.
• Reciclagem de toda a água passível de ser reciclada, seja a totalidade da água resultante dos esgotos domésticos do complexo, seja a água resultante dos processos industriais e mineiros.
• Minimização da utilização da água exterior ao complexo.
• Minimização da utilização de água potável por parte do complexo.
• Minimização da produção de águas residuais para destino final.
• Minimização da quantidade de águas residuais rejeitadas para fora da Mina e do Complexo de Anexos Mineiros.
• Minimização dos custos associados aos sistemas de abastecimento e tratamento de águas do complexo.
• Diversificação das origens de água da Mina e Complexo de Anexos Mineiros, por forma a reduzir o risco de falta de água para laboração.

Bruta

Água semelhante à encontrada na natureza, sem qualquer tratamento ou remoção de bactérias, parasitas, minerais, químicos ou iões. L1 - Lagoa de água bruta “raw water” - A água provirá da bombagem da jangada na albufeira do Alto Rabagão, das águas pluviais aproveitadas, das águas tratadas pela Estação Tratamento de Águas Residuais Domésticas (ETAR) e do reservatório da exploração mineira R1, essencialmente na altura de abundância de águas de origem pluvial e captadas na Mina e na bacia de retenção. Esta lagoa deverá suprir as necessidades de água do processo industrial do Concentrador, da Refinaria e da própria Mina.

Instalações sociais

Reservatório R2 - Para suprir as necessidades de água potável prevê-se a instalação de um reservatório com duas células. Este reservatório será abastecido a partir do ramal de abastecimento de água da empresa Águas do Norte, S.A. O reservatório deverá suprir as necessidades de água potável nas instalações sociais, nomeadamente refeitórios, bares, escritórios, sanitários, centro médico e enfermaria.

Processo

Água utilizada no processo de beneficiação e transformação mineral. Lagoa para armazenagem de água de processo do concentrador (mistura de água bruta + água reciclada). A água provirá da reciclagem do processo do Concentrador, embora possa também ter origem: (1) na ETAI; (2) na lagoa de água bruta L1; (3) a partir do reservatório de água potável R2, no caso extremo de necessidade de reforço de águas industriais a partir de águas potáveis.

Hidrometalurgia

Água utilizada nos processos hidrometalúrgicos - L3 – poderá ser fornecida pela Estação Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETAI), embora possa provir também da lagoa de água bruta L1 ou a partir do reservatório de água potável R2, no caso extremo de necessidade de reforço de águas industriais a partir de águas potáveis.

Incêndios e grupo de intervenção

Água a ser utilizada em eventuais incêndios ou outros acidentes que possam ocorrer. RIN- reservatório com 2 células, pode ser abastecido pela água da Estação Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETAI), da lagoa de água bruta L1 ou do reservatório de água potável R2, de acordo com as disponibilidades hídricas e respetivas precedências.

Mina

Água a ser utilizada nos processos de extração mineira – Reservatório R1 - necessidades hídricas na área de extração, prevê-se a instalação de um reservatório com quatro células. Este reservatório deverá estar ligado com a Estação Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETAI), Estação Tratamento de Águas Mineiras (ETAM), bacia de retenção e diretamente à Mina, de forma a poder receber de múltiplas origens, abrindo as possibilidades de conexão hídrica para a totalidade do horizonte de projeto.

Tratamento e filtração de águas para reutilização

De uma forma geral, o sistema de tratamento das águas residuais passa pela recolha dos esgotos domésticos, passando antes o esgoto por um processo de pré-tratamento, com gradagem e tamisação, seguindo depois para o sistema de tratamento BlueCon, o qual inclui o tratamento físico-químico da água por processo de coagulação/floculação, filtração em filtros de ultrafiltração, correção do pH, remoção de nutrientes e desinfeção.

A água provirá da rede de esgotos provenientes dos refeitórios, sanitários e bares existentes em toda a Mina e Complexo de Anexos Mineiros. O processo de tratamento de águas residuais é essencialmente físico, com baixíssimo consumo de químicos atingindo um alto grau de pureza sem precedentes. Após o processo de tratamento a água cumpre as exigências mais restritas para a sua reutilização.

As instalações de tratamento de águas têm um papel fulcral para o reaproveitamento da água nos processos. A localização das mesmas no CAM, devem-se à disposição e necessidades de proximidade aos processos e ainda das capacidades dos sistemas de bombagem, tendo sido realizada uma análise para as escolhas finais. Assim, as devidas ETAR’s devidamente afetas aos processos de filtragem e reaproveitamento das águas, são dispostas abaixo:

• Sistema de Produção de Água Industrial (AI) – SPAI
• Estação de Tratamento de Águas Residuais Domésticas – ETAR
• Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais – ETARI
• Estação de Tratamento de Águas Industriais do Concentrador – ETARIC
• Estação de Tratamento de Águas Mineiras (ETAM)
• Sistemas de Tratamento de Águas Drenadas de Zonas Impermeabilizadas (AIMP)


Serão ainda tratadas as águas utilizadas no processo industrial (concentrador), na Estação de Tratamento de Águas Industriais do Concentrador– ETARIC, com as seguintes valências de tratamento:

• Coagulação / floculação;
• Filtração em filtros rápidos de areia;
• Correção do pH.

Esta estação deverá realizar um tratamento da água que será remetida para a ETARI e deverá ser reaproveitada novamente nos mesmos processos, de forma recircular.

Está ainda prevista uma ETAM–Estação de Tratamento de Águas Mineiras, que visa o tratamento de águas provenientes da produção interna da Mina subterrânea. Esta estação após o tratamento da água, como finalidade de reutilização, deverá enviar a água tratada para o reservatório previsto. O tratamento previsto será um tratamento preliminar, onde a água deverá passar por um separador de hidrocarbonetos onde se segue a decantação da água em uma bacia de decantação.



Estéreis e Rejeitados

Estéreis e Rejeitados

A rocha estéril designa-se por ser parte do jazigo mineral que não apresenta teor de minério, neste caso em concreto, a rocha hospedeira do minério. Por outro lado, resultantes dos processos de concentração e transformação industrial encontram-se os denominados rejeitados. Assim, pode-se dividir os resíduos da Mina do Romano, em estéreis e rejeitados.

A indústria mineira produz materiais estéreis e rejeitados, no entanto, num formato de sustentabilidade ambiental, estes serão geridos e armazenados provisória, onde de acordo com as melhores práticas ambientais e conforme o desenvolvimento dos trabalhos no subterrâneo, estes materiais possam ser incorporados como enchimento integral depois de findados os trabalhos de extração.

A gestão desses resíduos, tanto durante como após a extração, é integralmente responsabilidade da Lusorecursos, que se compromete a implementar as melhores metodologias inovadoras da atualidade, para que a gestão dos resíduos seja eficaz ao longo de toda a vida da Mina do Romano, desde a fase inicial até o encerramento e pós-encerramento da sua atividade.

Filtração

Filtração

Os materiais resultantes dos processos de concentração mineral resultam em lamas. Estas lamas passarão por processos de espessamento e filtragem para posterior deposição em seco. Essas lamas serão espessadas e filtradas, removendo o máximo possível da água existente, que será tratada sucessivamente para entrar ciclicamente no processo. Apesar da opção de filtrar as lamas de rejeitados ser mais dispendiosa, tanto em capital como em custos operacionais, os benefícios ambientais, paisagísticos e sociais contrabalançam amplamente o investimento nesse sentido. Nesta abordagem a Lusorecursos associa-se aos parceiros internacionais da Outotec-Metso reconhecidos mundialmente pelo processamento mineral e tratamento de rejeitados.

Esta metodologia de filtração a ser aplicada é executada em 3 etapas: Hidrociclones, Espessadores de placa inclinada e filtros.

A água retirada durante a filtragem é tratada e utilizada novamente nos processos a montante, ocorrendo assim um reaproveitamento até cerca de 90%. Os rejeitados para serem depositados a seco apresentarão teor de humidade entre 10 e 20%.


Enchimento de galerias

O enchimento de galerias ou comumente denominado de backfill é o resultado da recuperação da Mina do Romano na componente subterrânea, onde após findados os trabalhos de extração subterrâneos. O enchimento será executado com recurso a uma mistura de rocha estéril e ainda com os rejeitados que formam uma pasta, de modo a aumentar a sustentação do maciço. Com esta premissa de enchimento de galerias, os rejeitados cumprirão a função de enchimento de cavidades subterrâneas resultantes da extração de rocha, contribuindo assim para uma recuperação do local de extração mineira de forma sustentável, com o reaproveitamento de materiais resultantes da atividade mineira.

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